segunda-feira, 18 de março de 2013

Cinema Mudo no Século XXI

Estou encantada, fascinada e maravilhada com esse belíssimo filme  do diretor francês Michel Hazanavicius. Eu sou uma fã da década de 20 e 30, e só posso dizer que ver um filme mudo em pleno século XXI é um presente, que poucos sabem apreciar. 

Um ator do cinema mudo é o queridinho de Hollywood no ano de 1927: George Valentin. Em um dia como outro qualquer ele conhece por acaso a jovem Peppi Miller, que futuramente seria uma das atrizes mais aclamadas desse novo cinema com som, e do qual George teme.

Sem acreditar nesse futuro do cinema, George (Jean Dujardin) se recusa a adaptar-se ao novo gênero, e se isola totalmente desse mundo. Mas quando esse renomado artista  está em declínio, ele percebe que ao lado da brilhante atriz Peppi Miller (Berénice Bejo) da qual ele ajudou a ter fama, ele poderá renascer das cinzas, e continuar sendo o bom ator mudo que sempre foi. Com a dança, e ao lado de Peppi, ele se reinventa, usando os pés como aliado, já que ele não consegue usar a voz, e nem deixar de ser um ator do cinema "mudo". Um detalhe interessante do filme, é que somente na última cena, onde ele e Peppi estão dançando, é que o som da voz dos atores aparece, o filme é totalmente mudo, com exceção de umas poucas cenas. a impressão que se tem, é que George está voltando a ter vida própria, e finalmente se adaptou à sua maneira ao som que está ao seu redor, e do qual ele não podia mais ignorar.

Voltando um pouco no passado, a década de 20 foi muito importante para o cinema, que já era considerado como a primeira mídia de massa da história. O cinema é uma manifestação artística e como não poderia deixar de ser, tem várias influências da literatura, pintura, música, e teatro.  Na década de 20 a Alemanha ainda sofria os efeitos da derrota da primeira guerra mundial, mas isso não impediu o cinema de prosperar, e foi lá que nasceu o expressionismo alemão, que pode ser visto no filme O Gabinete do Dr Caligari (Robert Wiene, 1920) com seu roteiro sombrio, elementos góticos, e locações bizarras. 

O Gabinete do Dr Caligari
Outra vanguarda da década de 20 é o impressionismo francês. Com imagens distorcidas, e desfocadas que davam a impressão de que estavam em movimento. O filme O Eldorado (1921) é um exemplo desse gênero, onde as cenas de foco e desfoque da personagem demonstra a preocupação da mesma com o seu filho, dando a impressão de que ela estava com a cabeça em outro lugar.

Foi também na década de 20 que o cinema hollywoodiano começou a surgir. O primeiro gênero deles foi o Western, o típico filme de cowboys, com todo o cenário do velho oeste. Mas foi em 1930 que o cinema se transformou literalmente. Com a chegada do som, além das trilhas sonoras já existentes nos primórdios do cinema, e que é muito bem retratada no filme O Artista, agora os personagens podiam dialogar, sem fazer muita careta, ou gestos, e claro, sem aquelas tirinhas com as falas.

O cinema se transformou muito, e não dá pra contar a história inteira aqui nesse único post, mas vale a pena conhecer mais sobre o cinema mudo, tem muitos filmes no youtube que podem ser vistos na íntegra. Lembro que na TV Brasília em 2003 se não me engano, passava muitos filmes em preto e branco, com som, mas que mesmo assim me faziam suspirar. Tenho certeza que você ai do outro lado tem afinidade com alguma década que já passou e quando você vê um filme fica se imaginando ali...é uma coisa louca, mas é prazeroso demais, não é?  Minha missão de compartilhar cultura está encerrada por hoje, o link para ver esse filme encantador é esse aqui: http://megafilmeshd.net/o-artista/  

Aprecie sem moderação...


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